BLUES METALEIRO LED ZEPPELIN. Led Zeppelin I. Atlantic. 1969. O que The Beatles foram para os anos 1960, Led Zeppelin foi para os anos 1970. Em 1969 o mundo conheceria o hard rock , como um blues tocado de forma crua, violenta, potente e visceral. Formado por exímios instrumentistas, originados da banda The New Yardbirds , Jimmy Page, Robert Plant, John Paul Jones e John “Bonzo” seriam responsáveis pelo surgimento de uma nova dimensão do rock. Nunca houve e – acredito eu – jamais haverá uma banda como Led Zeppelin. A partir do antológico Led Zeppelin I a máxima sexo, drogas e rock and roll seria levada à enésima potência. A banda tomaria de assalto as plateias da Europa e dos Estados Unidos em uma escala jamais vista. Com canções do bluesman Willie Dixon ( You shook me , I can’t quit you baby ) tranvestidas em hard rock e faixas de autoria da banda, Led Zeppelin I foi gravado em apenas 36 horas de estúdio [1] , sendo recebido de forma fria pela crítica, que não re
REAGAN, GUERRA FRIA E VIETNÃ. BRUCE SPRINGSTEEN. Born in USA. CBS, 1984. Quando o jornalista Jon Landau escreveu “eu vi o futuro do rock, e ele se chama Bruce Springsteen”, na década de 1970, poucos acreditaram. O fato é que Jon Landau acabou tornando-se amigo, produtor e empresário de The Boss . Alguns anos após a famosa resenha, Landau e Springsteen estariam produzindo aquele que seria lembrado como o álbum definitivo: Born in USA . Naquele tempo o mundo vivia o clima da guerra fria, com a polarização do poder mundial nas mãos dos Estados Unidos e União Soviética. Na época do lançamento do disco, Ronald Reagan, presidente norte-americano de então, tentou transformar o trabalho de Springsteen em um libelo pela democracia, nitidamente pró-States. O marketing funcionou, e o que pensamos, inicialmente, sobre Born in USA é que o disco não passa de discurso patriótico exasperado. Roberto Carlos, contaminado por esse sentimento, lançou pouco tempo depois, uma versão brazuca,